mercredi 31 août 2016

A busca do equilíbrio

          O que é equilíbrio afinal?

          A nível de fisiologia, o equilíbrio está baseado na homeostase. Palavra de origem grega: homeo = semelhança e -stasis = ação. É portanto, nossa capacidade do nosso organismo manter constância de seu equilíbrio.
          Existe o equilíbrio dentro de nosso corpo, ou seja, da relação entre nosso órgãos e vísceras que são interligados e interdependentes, onde diversos sistemas funcionam simultaneamente: sistema digestivo, sistema respiratório, etc.

          Existe o equilíbrio entre o nosso corpo e o ambiente em que vivemos. Daí temos a relação que mantemos com a natureza, com nossa família, com a sociedade, com nossos colegas de trabalho, etc.

          Podemos entender, portanto, que equilíbrio não será jamais sinônimo de inércia ou estagnação e sim de constante movimento. Cada alimento que ingerimos, o ar que respiramos, o que vemos, o que ouvimos, tudo interfere nesta possibilidade da homeostase, pois somos afetados em todos os níveis nesta interação com o meio: afetados fisicamente, emocionalmente ou mentalmente.
          Para entender o que nos tira desta homeostase, deste equilíbrio a maior parte das vezes precário, temos que aprender a observar; ouvir nosso corpo, entender nossas reações diante das situações, conhecer as consequências de se ingerir uma qualidade de alimento e de absorver o impacto de uma crítica. Através da observação podemos aprender e então podemos escolher melhor o que comer, o que beber, onde ir, com quem estar, como agir. Observar a si mesmo, observar o meio e observar a natureza. Só assim este equilíbrio no movimento pode ser conquistado.
           A anamnese utilizada na Medicina Oriental é bastante interessante pois questionamos o paciente sobre coisas que muitas vezes ele jamais observou em si. Como a Medicina Oriental não separa o físico do emocional ou do mental, as perguntas são bem abrangentes: desde as características das fezes às emoções com as quais ele faz contato em diferentes momentos. O movimento está muito bem representado no símbolo do Yin/Yang que deixa claro o movimento assim como a existência do Yang dentro do Yin e vice-versa.

           Da mesma forma, a terapia faz com que o indivíduo verbalize seus pensamentos em construções que ele até então não havia organizado. Um movimento onde elementos pré-existentes são evidenciados, relacionados e organizados, como um armário bagunçado que abrimos e constatamos a existência de objetos que nem lembrávamos.

           Na postagem anterior, falamos sobre os acessos do corpo e as diferentes formas de tratamento. O objetivo final de quaisquer destes tratamentos/terapias são o de fazer este equilíbrio algo mais constante. Isso significa que todos devemos nos tratar? Todos devemos fazer terapia? Respondo que não, ou que talvez, ou que sim… Não há resposta certa porque cada indivíduo é um mundo e ao se observar, se estudar e se conhecer, ele já está realizando um exercício de busca de equilíbrio. Se ele precisa ou não do outro para estimular este movimento, somente ele poderá responder.

Paz e Equilíbrio